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Dando continuidade a nossa SÉRIE ESPECIAL“DÉCADAS”, hoje é dia de trazer a PARTE 4 da DÉCADA de 50 do SÉC. XX.

Esperamos que curtam e usufruam da nossa série especial “DÉCADAS”.

LISTA DÉCADA de 50 – Semana 4

1) Noites Brancas (“Le Notti Bianche” – Dir.: Luchino Visconti – 1957)


2) Um Corpo que Cai (“Vertigo” – Dir.: Alfred Hitchcock – 1958TelecinePlay)


3) O Rosto (“The Magician” – Dir.: Ingmar Bergman – 1958 - Looke


4) A Sala de Música (“The Music Room” – Dir.: Satyajit Ray – 1958)


5) A Balada de Narayama (“The Ballad of Narayama” – Dir.: Keisuke Kinoshita – 1958)


6) Balas que Não Erram (“No name on the bullet” – Dir.: Jack Arnold – 1959)


7) Os Incompreendidos (“The 400 Blows” – Dir.: François Truffaut – 1959TelecinePlay)


8) Ben-Hur (Dir.: William Wyler – 1959)


9) Orfeu Negro ((Dir.: Marcel Camus – 1959PrimeVideo)


10) Hiroshima, Meu Amor (“Hiroshima Mon Amour” – Dir.: Alain Resnais – 1959Looke)


11) Quanto mais quente Melhor (“Some Like It Hot” – Dir.: Billy Wilder – 1959 - TelecinePlay)


12) Batedores de Carteira (“Pickpocket” – Dir.: Robert Bresson – 1959)


13) Bela Adormecida  (“Sleeping Beauty” - Dir.: Eric Larson; Wolfgang Reitherman; Clyde Geronimi; Les Clark – 1959)


14) Estranha Compulsão (“Compulsion” – Dir.: Richard Fleischer – 1959)


15) A Fonte da Donzela (“The Virgin Spring” – Dir.: Ingmar Bergman – 1960Looke)


16) Psicose (“Psycho” – Dir.: Alfred Hitchcock – 1960Netflix)


17) Se Meu Apartamento Falasse (“The Apartment” – Dir.: Billy Wilder – 1960 - TelecinePlay)


18) O Olho do Diabo (“The Devil’s Eye” – Dir.: Ingmar Bergman – 1960)


19) A Doce Vida (“La Dolce Vita” – Dir.: Federico Fellini – 1960TelecinePlay)


20) Acossado (“Breathless” – Dir.: Jean-Luc Godard – 1960)
 
Quer saber mais sobre a SÉRIE ESPECIAL - DÉCADAS? Vejam a INTRODUÇÃO do ESPECIAL (clique aqui)

Além disso, vejam também as listas das décadas que já fizemos:
  • LISTAS DÉCADA de 10
         - PARTE 1 (clique aqui)
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  • LISTAS DÉCADA de 30

LANÇAMENTO = 23 de setembro de 2020 
DIREÇÃO = Harry Bradbeer 
ROTEIRO = Jack Thorne 
ELENCO = Millie Bobby Brown; Henry Cavill; Helena Bonham Carter; Louis Partridge…

SINOPSE: Na história, Enola Holmes, de 16 anos, entra em uma aventura para encontrar sua mãe desaparecida. Ao longo do filme, a adolescente precisa despistar seu irmão Sherlock, já famoso por seu trabalho e mais sentimental.

AUTORA DO TEXTO: Thais R. de Freitas

TWITTER: https://twitter.com/Ruivaa?s=09

LETTERBOXD: https://letterboxd.com/thaisrfr

Realmente o tempo passa numa velocidade assustadora. E eis que Millie Bobby Brown, a queridinha dos aficcionados pela série Stranger Things, cresceu, chegou na adolescência e, agora, já almeja vôos próprios nesse trabalho em que é a atriz principal do filme produzido também pela Netflix, Enola Holmes.

A história que conta com a direção de Harry Bradbeer, de Fleabag, consiste em ter, como foco, a irmã adolescente de Sherlock Holmes - o famoso detetive da literatura britânica. Baseado no primeiro livro da série Os Mistérios de Enola Holmes– de autoria de Nancy Springer -, intitulado “O Caso do Marquês Desaparecido”, o filme apresenta um elenco coadjuvante forte, marcando uma nova fase da atriz prodígio, nos filmes de longa-metragem.  



No dia de seu aniversário de 16 anos, a mãe de Enola e Sherlock Holmes (Henry Cavill), interpretada por Helena Bonham-Carter, desaparece da casa da família no interior do Reino Unido, sem dar qualquer explicação.  O sumiço deixa apenas algumas pistas enigmáticas em aberto e uma quantia de dinheiro para a menina. Diante da situação, os irmãos da senhorita Holmes, que se encontravam morando distante, retornam para decidirem o que fazer e assumirem responsabilidade quanto ao futuro da irmã caçula. Temos, a partir disso, um conflito familiar sobre as escolhas do futuro da menina, que serve de chama motriz para engatar o resto da história. Os irmãos decidem enviar a menina para uma escola de boas maneiras e etiquetas para damas da sociedade, fato que gera revolta e descontentamento na adolescente. Sempre muito astuta, livre e incentivada a ser independente, numa época da Inglaterra Vitoriana, Enola não aceita a decisão sobre o seu destino e opta por partir para Londres em busca do paradeiro de sua mãe. Na sua jornada de fuga, conhece outro adolescente em apuros como ela, um jovem lorde (Sam Claflin) envolvido em sérios problemas, o qual acaba a envolvendo em uma história de mistério e conspiração, dando lugar para um despertar do instinto investigativo presente no sangue da família da menina.

Esteticamente impecável na fotografia e cenários, Enola Holmes é aquele tipo de filme perfeito para dias em que nós precisamos relaxar e descontrair. Nós logo pensamos em películas de sessão da tarde, principalmente daquelas produzidas na época que filmes deste estilo mais leve proporcionavam grandes ícones pops, presentes no inconsciente coletivo de várias gerações até hoje. A história chega a ser fofa. Tem veia feminista sutil, mas presente o suficiente para plantar a “sementinha” do pensamento nas gerações que estão amadurecendo. Programa perfeito para assistir em família.



Millie mostra talento para um futuro promissor, o qual deve ir para além de atuações em séries e formatos específicos como o de seu trabalho mais famoso, como a Eleven de Stranger Things. Atua com leveza e frescor juvenil que encanta e prende, além de conseguir entreter o telespectador na medida certa. O forte elenco de atores coadjuvantes composto pelo tarimbado Henry Cavill (rosto conhecido de Superman), Louis Partridge, Sam Claflin (Simplesmente Acontece) e a inquestionável Helena Bonham Carter entregam atuações positvas e competentes.

Apesar de todos os elogios tecidos, a própria história em si contribui para a manutenção de um nível geral mais para o mediano. O sucesso de audiência garantido para plataforma, já faz a Netflix pensar em transformar Enola Holmes em Franquia. Há material suficiente para as adaptações, visto que, ao todo, foram 5 livros produzidos com a temática da história da jovem irmã de Sherlock. Caso ocorra, vai ser interessante seguir acompanhando o amadurecimento profissional de Millie diante de nossas telas.


REFERÊNCIAS



LANÇAMENTO: 30 de junho de 1952 
DIREÇÃO: Gene Kelly e Stanley Donen 
ROTEIRO: Adolf Green e Betty Comden 
ELENCO: Gene Kelly; Donald O’Connor; Jean Hagen; Debbie Reynolds...

 

SINOPSE: Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam entretanto superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir manter a fama conquistada.

 

AUTOR do TEXTO: Eliezer Lugarini

 

Não tenho dúvida, se porventura o IBGE ou o Datafolha resolvesse iniciar uma pesquisa sobre o gênero cinematográfico predileto da população brasileira, fatalmente os musicais seriam disparados os “lanterninhas” da competição. A cada dez pessoas, onze odeiam musicais. É incrível!

 

Tenho uma teoria própria, completamente estapafúrdia e sem a menor comprovação científica, de que, em geral, as pessoas sentem completa e absoluta vergonha em cantar e dançar em público. Naturalmente, como a tela do cinema ou da TV em geral é um reflexo do próprio espectador, não me espanta o fato de que um sujeito sinta a tal da “vergonha alheia” quando vê o ator ou atriz cantarolando e exibindo passinhos de dança pelas ruas sem o menor pudor ou constrangimento.


 

O sentimento de “vergonha alheia” comigo costumava aflorar especialmente em episódios de Malhação, depois dos meus 18 anos de idade, ou mesmo quando eventualmente o canal está sintonizado, por casualidade nada intencional, em Sex and The City ou Vestido Ideal - fico rezando para que minha mulher não chegue em casa, neste exato momento, e me pegue em flagrante. Todos já sentiram a “vergonha alheia”, mas, em musicais, eu mesmo nunca senti, talvez pelo fato de que eu simplesmente adoro cantar - não sei como fazê-lo decentemente, mas este é apenas um mero detalhe. Cantar e dançar são grandes libertações da alma, do estado de espírito e é, no fundo, uma forma de se distanciar do mundo real, exatamente a proposta da maioria dos musicais.

 

E “Cantando Na Chuva” é o ápice dos musicais! Se gosto não discute, tem algo que é indiscutível, já que Cantando Na Chuva é o melhor musical da história - sem o menor medo de ser feliz. “Cantando Na Chuva” é uma comédia musical lotada de acidez e graça, combinação muito complexa de se atingir, uma vez que aquilo que normalmente é ácido é ofensivo, enquanto aquilo que é gracioso costuma ser ingênuo.


 


Seu enredo é de certa forma uma afronta à indústria cinematográfica, uma crítica à ilusão que o cinema gera, ao mesmo passo que também é uma homenagem bastante singela ao próprio cinema. Absolutamente tudo em “Cantando Na Chuva” é uma mentira deslavada. E todos que fazem parte do processo de cinema - seja por fazê-lo ou por apreciá-lo - têm a exata noção de que tudo ali é falso, irreal e também absolutamente encantador.

 

O número musical mais óbvio é o número de Gene Kelly, que dá título ao filme, ou melhor, inspirou a existência do filme, já que a música precede em pelo menos 20 anos o filme. Não há dúvidas que esta é a cena mais emblemática e lembrada na história dos musicais. E bem pudera, Gene Kelly é um monstro da dança, seus movimentos são absurdamente perfeitos e surpreendentes. Assim, ouso novamente dizer que Gene Kelly é o maior dançarino que passou pelas telas do cinema, ainda que pese o meu respeito e admiração por Fred Astaire, mas nenhum dançarino é, foi ou será tão carismático quanto Gene Kelly foi.

 

Outros destaques ficam por conta do musical solo Make ‘Em Laugh, protagonizado por Donald O’Connor, em seu papel mais marcante, ainda que ele tenha a primazia de ter interpretado Buster Keaton em O Palhaço Que Não Ri; “Good Morning”, já com a presença dos três protagonistas: Kelly, Connor e a novíssima Debbie Reynolds, com seus 19 aninhos de vida; e o mágico e fantasioso número “Broadway Melody”, em que Gene Kelly protagoniza um filme imaginado dentro do filme original, quando o rapaz do interior segue para Hollywood em busca da fama e glória. Broadway Melody é um abuso de cenários pintados à mão, diversas colorações e composição de cena esplendorosa, talvez seja o melhor número deste filme, ainda que sublimado pelo sucesso do magnífico solo de Kelly na chuva.

 

Pois bem, não creio haver necessidade de me estender, sabendo que qualquer coisa, além disso, seria retratar o óbvio. Tenho por mim que todos que chegam a este texto já assistiram a “Cantando Na Chuva”. Por isso, cogite reassistir a esta pérola do cinema clássico americano, que, pelo menos para mim, gera uma vontade incontrolável de sair dançando e cantarolando na rua, ou mesmo na chuva, doa a quem doer e cause “vergonha alheia” a quem quiser.

 

Observações:

Uma das críticas do filme é exatamente o fato da protagonista Lina Lamont (Jean Hagen) não utilizar sua voz na transição do filme mudo para o falado. E não é que Debbie Reynolds, a bela voz de “Cantando na Chuva”, é voz dublada pela cantora Betty Noyes. Gene Kelly e Donald O’ Connor realmente cantam todas as canções do filme.


TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=F5CVQ5asYtY


Dando continuidade a nossa SÉRIE ESPECIAL “DÉCADAS”, hoje é dia de trazer a PARTE 3 da DÉCADA de 50 do SÉC. XX.

Esperamos que curtam e usufruam da nossa série especial “DÉCADAS”.

LISTA DÉCADA de 50 – Semana 3

1) O Grande Golpe (“The Killing” – Dir.: Stanley Kubrick – 1956TelecinePlay)


2) O Homem Errado (“The Wrong Man” – Dir.: Alfred Hitchcock – 1956)


3) O Homem que Sabia Demais (“The Man Who Knew Too Much” - Dir.: Alfred Hitchcock – 1956TelecinePlay)


4) Os Dez Mandamentos (“The Ten Commandments” – Dir.: Cecil B. DeMille – 1956Amazon Prime Video)


5) O Rei e Eu (“The King and I” – Dir.: Walter Lang – 1956)


6) Rastros de Ódio (“The Searchers” – Dir.: John Ford – 1956)


7) Ama-me com Ternura (“Love Me Tender” – Dir.: Robert D. Webb – 1956)


8) Um Condenado à Morte Escapou (“Un condamné à mort s'est échappé” – Dir.: Robert Bresson – 1956)


9) O Mistério de Picasso (“Le mystère Picasso” – Dir.: Henri-Georges Clouzot – 1956)


10) O Teto (“Il Tetto” – Dir.: Vittorio De Sica – 1956)


11) Morangos Silvestres (“Smultronstället” – Dir.: Ingmar Bergman – 1957TelecinePlay)


12) Noites de Cabíria (“Le notti di Cabiria” – Dir.: Federico Fellini – 1957TelecinePlay)


13) 12 homens e uma sentença (“12 Angry Men” – Dir.: Sidney Lumet – 1957TelecinePlay)


14) A Ponte do Rio Kwai (“A Ponte do Rio Kwai” – Dir.: David Lean – 1957Looke)


15) Glória Feita de Sangue (“Paths of Glory” – Dir.: Stanley Kubrick – 1957TelecinePlay)


16) Crepúsculo em Tóquio (“Tokyo Twilight” – Dir.: Yasujirō Ozu – 1957)


17) Tarde Demais para Esquecer (“An Affair to Remember” – Dir.: Leo McCarey – 1957)


18) O Prisioneiro do Rock (“Jailhouse Rock” – Dir.: Richard Thorpe – 1957)


19) O Sétimo Selo (“Det sjunde inseglet” – Dir.: Ingmar Bergman – 1957)


20) Testemunha de Acusação (“Witness for the Prosecution” – Dir.: Billy Wilder – 1957 - TelecinePlay)


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Além disso, vejam também as listas das décadas que já fizemos:
  • LISTAS DÉCADA de 10
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  • LISTAS DÉCADA de 30

LANÇAMENTO: 17 de janeiro de 2019 
DIREÇÃO: Nadine Labaki 
ROTEIRO: Nadine Labaki 
ELENCO: Zain Al Rafeea; Yordanos Shiferaw; Boluwatife Treasure Bankole...

SINOPSE: Depois de fugir de seus pais negligentes e abusivos e cometer um crime violento, um esperto garoto libanês de 12 anos é condenado a cinco anos de prisão. Como protesto contra a vida que lhe foi imposta, ele processa o casal que o criou.

 

AUTOR DO TEXTO: Victor Oliveira 
LETTERBOXD: https://letterboxd.com/Victorio_32/ 
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/victoroliveira_32/

 

Como demonstra a sinopse, “Cafarnaum” conta a história de Zain, um menino de 12 anos que sofre abusos de seus pais e vive numa situação de extrema pobreza.

 

A necessidade de indicar este filme é maior do que simplesmente gostar ou não, pois retrata a realidade humana que nós - entregues às nossas próprias rotinas e aptos, de certo modo, a ignorar a realidade torturante a nossa volta - não conseguimos perceber, na maioria das vezes. Se olharmos o mundo com um tom acinzentado e perspicaz, sem deixarmos passar os detalhes, conseguiremos ver o mundo que está por trás desse mundo que vivemos – podemos chamar de o lado B da sociedade ou, porque não, um plano paralelo. Assim, assistir “Cafarnaum” é levar uma facada incessante e dolorosa a cada sequência do filme, é sentir o peso do mundo desigual que temos.

 


 Nessa perspectiva, após assistir ao filme, fica a sensação do peso estrondoso que ele possui. Assim, não se trata de um filme que fala sobre viver, mas, sim, SOBREVIVER. É impossível assisti-lo e não se lembrar de diversas crianças que passamos algumas vezes na rua e que devem estar passando por situação similar.

 

Além disso, não tem como não se emocionar com a história de Zain. Apesar de ele cometer diversos delitos, não há como desvincularmos a necessidade de cometê-los. Zain é produto do meio, é resultado de um sistema sócio-educacional caótico e pronto para ruir. Cooroborando isso, embora a história se passe no Líbano e a intenção da diretora (Nadine Labaki) seja expor as questões sociais do seu país de origem (vi em algumas entrevistas dela sobre o filme), a grande facada no estômago é saber que essa realidade está presente claramente no nosso país e em diversos outros, que tentam camuflar a existência de tal realidade.

 


Quanto às atuações, elas estão IMPECÁVEIS. Não há o que se acrescentar ou retirar nas atuações advindas dessa belíssima obra. Todos os atores estão esplendorosos, em especial os que fizeram os personagens Zain (Zain Al Rafeea) e Rahil (Yordanos Shiferaw).

 

Portanto, “Cafarnaum” é um exercício humano de compreensão das camadas sociais e de percepção de nossa posição dentro dos meandros da sociedade. Ademais, pode-se dizer que é um filme VISCERALINTENSOREFLEXIVOIMPACTANTE e, acima de tudo, NECESSÁRIO.


TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=owtmu-YrfQQ

 
LANÇAMENTO: 18 de agosto de 1948
DIREÇÃO: Luchino Visconti 
ROTEIRO: Antonio Pietrangeli; Giovanni Verga; Luchino Visconti 
ELENCO: Antonio Arcidiacono; Giuseppe Arcidiacono, Venera Bonaccorso...

 

SINOPSE: Logo após a Segunda Guerra Mundial, um jovem pescador, junto com a sua família, se revolta contra a exploração que sofre dos seus superiores no porto de Catania, na Sicília. Eles então hipotecam a casa e fundam seu próprio comércio para tentar escapar dos patrões. Só que sem conseguir ajuda de ninguém, eles vão se deparar com muitas dificuldades, e descobrir que a realidade desse modo é ainda mais dura.

 

AUTOR do TEXTO: Ed Kalume

 

A Terra Treme é o segundo longa-metragem de Luchino Visconti. Apesar de não ser o primeiro filme do neo-realismo italiano, é considerado como um dos mais importantes e foi o primeiro que foi denominado como tal. Seu ano de lançamento, 1948, é bem significativo, por apresentar uma Itália que estava acabando de sair debaixo de um regime fascista.

 

O filme é um triunfo! Realizado na própria locação, por atores não profissionais, falado no próprio idioma local, não compreendido pelo público italiano, o filme é honesto, sensível, provocante - reza a lenda que os próprios pescadores escreveram algumas de suas falas. A saga de um grupo de pescadores explorados é apresentada de forma tão inebriante que nem dá para perceber os 153 minutos de projeção.

 


A Terra Treme centra sua história na vida de Ntoni, um pescador pobre que trabalha duro somente para comer. Toda sua família, ao longo de muitas gerações, vive explorada por comerciantes locais. Um dia Ntoni tem a ideia de sacudir o jugo, iniciando seu próprio comércio, tendo que lutar contra tudo e todos para manter a cabeça erguida.

 

O filme possui uma narrativa bem construída, direção impecável, fotografia deslumbrante. A câmera nos mostra planos impressionantes, mas, em momentos cruciais, há um corte para mostrar closes da reação dos atores. Apesar de não profissionais, o elenco tem uma interpretação brilhante, e aí reside um ponto que valoriza ainda mais a obra: os personagens são possuidores de um carisma que atrai o espectador para seu lado - vamos assistindo o filme e nos conectando com os pescadores sem perceber por quê.

 


Como todo filme neo-realista, “A Terra Treme” apresenta uma realidade dentro da ficção. A velha e trágica história do homem sendo explorado pelo homem, a dificuldade em mobilizar os oprimidos, o conflito de gerações e a vida regada a sofrimento são expostos. O filme não é político, também não tem pretensão de ensinar ou julgar quem-quer-que-seja, apenas apresenta a realidade como ela é. Poderia ser considerado uma espécie de síntese da corrente artística neo-realista.

 

Três afirmações marcantes:

 

"Na Sicília, o italiano não é a língua do pobre".

 

"O mar é amargo e o marinheiro morre no mar".

 

"Sempre o mesmo. Trabalhamos para nada. Sempre foi desta forma, desde que me entendo por gente".



Dando continuidade a nossa SÉRIE ESPECIAL “DÉCADAS”, hoje é dia de trazer a PARTE 2 da DÉCADA de 50 do SÉC. XX.

Esperamos que curtam e usufruam da nossa série especial “DÉCADAS”.

LISTA DÉCADA de 50 – Semana 2

1) O Salário do Medo (“Le Salaire de la peur” – Dir.: Henri-Georges Clouzot – 1953)


2) Peter Pan (Dir.: Hamilton Luske; Wilfred Jackson; Clyde Geronimi – 1953)


3) Era Uma Vez em Tóquio (“Tokyo Story” – Dir.: Yasujirō Ozu – 1953)


4) O Canto do Mar (Dir.: Alberto Cavalcanti - 1953)


5) Bem-vindo Senhor Marshall (“Bienvenido Mister Marshall” – Dir: Luis García Berlanga – 1953)


6) Sindicato de Ladrões (“On the Waterfront” – Dir.: Elia Kazan – 1954)


7) Janela Indiscreta (“Rear Window” – Dir.: Alfred Hitchcock – 1954TelecinePlay)


8) Os 7 Samurais (“Seven Samurai” – Dir.: Akira Kurosawa – 1954)


9) Sedução da Carne (“Senso” – Dir.: Luchino Visconti – 1954)


10) Johnny Guitar (Dir.: Nicholas Ray – 1954)


11) Sabrina (Dir.: Billy Wilder – 1954)


12) A Estrada da Vida (“La Strada” – Dir.: Federico Fellini – 1954Looke)


13) A Ilusão Viaja de Trem (“La Ilusión Viaja en Tranvía” – Dir.: Luis Buñuel – 1954)


14) Rio, 40 Graus (Dir.: Nelson Pereira dos Santos – 1955)


15) Juventude Transviada (“Rebel Without a Cause” – Dir.: Nicholas Ray – 1955)


16) A Palavra (“Ordet” – Dir.: Carl Theodor Dreyer – 1955)


17) A Dama e o Vagabundo (“Lady and the Tramp” - Dir.: Hamilton Luske; Wilfred Jackson; Clyde Geronimi – 1955)    


18) Ladrão de Casaca (“To Catch a Thief” – Dir.: Alfred Hitchcock – 1955 – TelecinePlay)


19) A Canção da Estrada (“Pather Panchali” – Dir.: Satyajit Ray – 1955)


20) Rififi (Dir.: Jules Dassin – 1955)


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