EMMA.

By | julho 16, 2020 Leave a Comment


LANÇAMENTO: 17 de abril de 2020
DIRETOR: Autumn De Wilde
ROTEIRO: Eleanor Catton
ELENCO: Anya Taylor-Joy; Johnny Flynn; Josh O'Connor...

SINOPSE: Emma Woodhouse é uma jovem rica e inteligente, que não tem pretensões de se casar tão cedo para ficar sempre perto do pai. Porém, isso não a impede de dar uma de 'casamenteira', tentando juntar casais que considere apropriados entre seus conhecidos, sem perceber os problemas causados com sua imaginação e teimosia.

AUTORA DO TEXTO: Thais R. de Freitas

Emma é a nova adaptação de uma das obras clássicas mais famosas da atemporal e renomada escritora britânica Jane Austen. História já filmada, por diversas vezes, possui outras rodagens famosas, com destaque para duas versões distintas realizadas em 1996 - uma, com Gwyneth Paltrow, no papel principal, e a outra, um Tv Movie, com Kate Beckinsale, na pele da mesma personagem. Em 2009, ocorreu filmagem da obra na sua versão com melhor avaliação, crítica e aceitação de público, no formato de série, produzida pela BBC.

O livro Emma (1815), título homônimo do nome do filme, foi o último publicado ainda com a autora viva. O quarto livro, dentro de uma cronologia iniciada com outros aclamados títulos como “Razão e Sensibilidade” (1808), “Orgulho e Preconceito” (1813) e “Mansfield Park” (1814). A literata faleceu em 1817, com apenas 41 anos. 




Para adentrar no universo de histórias que formataram os romances de Jane Austen, cabe buscar entender um pouquinho sobre quem ela foi e a maneira como a escritora costumava trabalhar seus livros.  Sempre abordando personagens femininas fortes - à frente de seus tempos - e enredamento nas situações corriqueiras socias ponderadoras de hábitos e costumes até uma dosagem interessante com as questões de classes sociais, nos permite vislumbrar tramas que ultrapassam a primeira impressão de apenas romances bobos e açucarados. 

Diante disso, chegamos a este filme. Trabalhado com as características da literatura, numa história adaptada. A película conta a vida da jovem bela, rica e super cabeça pra frente, Emma Woodhouse. Uma comédia de humor suave, estrelada por Anya Taylor-Joy, uma das jovens, talentosas e promissoras atrizes da nova geração da indústria cinematográfica atual, que atuou já em filmes como “A Bruxa” (2015), “Fragmentado” (2016), Vidro (2019) e em séries como Peaky Blinders




O decorrer dos fatos demonstra uma protagonista metida a cupido e preocupada em se intrometer na vida amorosa de pessoas próximas. Grande exemplo disso está na tentativa de arrumar casamento para sua dama de companhia, a Senhorita Taylor (Gemma Whelan). Causadora de algumas confusões e saias justas, notamos que, lá no fundo, ela mal consegue lidar com a própria vida sentimental. Uma jovem egoísta, teimosa e até arrogante,  em alguns momentos, com problemas de percepção sobre si mesma e envolta em situações que podem fazer seu pensamento de não se casar tão cedo cair por terra, como consequência de alterações nas suas próprias emoções. 

Esteticamente é um filme impecável, com toda a pompa de figurinos e ambientações típicas que um longa-metragem de época e, principalmente, do mundo Jane Austen deve conter. Fotografia vívida na medida certa para os apreciadores deste estilo. 

Quanto às atuações, a grande expectativa causada por seus excelentes desempenhos em “A Bruxa” (2015) e em “Fragmentado” (2016), por exemplo, podem atrapalhar um pouco na correspondência do que foi entregue neste trabalho por Anya Taylor-Joy. Em muitos momentos, há uma frieza e falta de emoção em sua expressão facial, deixando certo descompasso com a narrativa da história. Entrega uma atuação satisfatória, mas que não chega a espetacular. Isso talvez pelo fato de que, na própria escrita dos livros, a autora Jane Austen tinha, como marca registrada de suas obras, não usar muitas descrições físicas para os seus personagens. Este ponto pode ser considerado como uma dificuldade de contrapontos de equilíbrios entre composição de personagens e roteiro.

Os demais atores, o que inclui outros nomes como Bill Nighy, Josh O’Connor, Johnny Flynn, Mia Goth, Miranda Hart, Callum Turner, Amber Anderson e Rupert Graves, seguem a linha regular, sem que possamos destacar uma atuação excepcional ou acima da média. É um bom filme, mas nada além disso. Uma interessante história de amadurecimento das relações e melhoria da autopercepção. Vale a pipoca para uma tarde de domingo. 


REFERÊNCIAS



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