
LANÇAMENTO: 7 de Fevereiro de 2020
DIREÇÃO: Jeff Baena
ROTEIRO: Jeff Baena
ELENCO: Alison Brie; John Ortiz; Debby Ryan...
SINOPSE: Uma mulher socialmente estranha com um gosto por
artes, cavalos e programas de crimes sobrenaturais encontra seus sonhos cada
vez mais lúcidos escorrendo em sua vida de vigília.
AUTORA do TEXTO:
Nana Pelissari
Filme
que teve sua estreia mundial no Sundance Film Festival, em janeiro deste ano, e
está disponível no catálogo da Netflix desde fevereiro, o longa é um drama
psicológico sensível e intrigante.
Somos apresentados a Sarah - a protagonista -, uma jovem amável e introvertida que vive
presa a uma rotina morna, dividindo suas horas entre o seu trabalho em uma loja
de material para artesanato e sua casa, além de visitas frequentes ao estábulo
para estar com seu cavalo. É obcecada por uma série de tv e não tem muitos
amigos ou vida social. A partir daí, seguimos adentrando a vida e a mente turbulenta
da personagem, conhecendo progressivamente sua realidade, ou realidades, como o
próprio título brasileiro aponta. Absorvemos os acontecimentos sob a
perspectiva de Sarah, e a ideia da dúvida sobre o que é ou não real nos
acompanha durante todo trajeto. A ambiguidade, embora com algum prejuízo na sua
profundidade de construção, se faz presente e nos coloca em cheque.

Muito
da força magnética do filme se deve a atuação da protagonista Alison Brie, que
também colabora com o roteiro. A atriz faz um ótimo trabalho vivendo a
cativante personagem que transita entre a doçura, inocência e timidez, e a
excentricidade, obsessão, euforia e perda da lucidez. Além disso, o diretor também parece acertar na
escolha do visual, de cores suaves com uma sutil variação de tons, indo dos
mais frios aos mais quentes, de acordo com a energia refletida nas cenas e
sequencias.

Com
algumas falhas de desenvolvimento que comprometem seu desempenho, o filme peca
por enfraquecer seu foco e entregar um resultado aquém do potencial do seu mote
e de suas pretensões, mas ainda assim é uma experiência válida e agradável. No cômputo geral,
é uma boa escolha: entretém, prendendo a atenção durante todos os atos, apesar
de contar com algumas quedas, comove e mostra criatividade.

REFERÊNCIAS

0 comentários: