LANÇAMENTO:
18 de maio de 1987
DIRETOR:
Federico Fellini
ROTEIRO:
Federico Fellini
ELENCO:
Nadia Ottaviani, Antonio Cantafora, Marcello Mastroianni
SINOPSE:
O célebre diretor Federico Fellini é entrevistado pessoalmente por uma equipe
técnica japonesa, que o faz relembrar diferentes momentos marcantes de sua
vida. Simultaneamente, a atmosfera fantástica do Cinecittà ilustra a paixão
eterna de Fellini pelo cinema e como este revolucionou o modo de se expressar
na sétima arte.
AUTOR do TEXTO: Ed Kalume
Federico
Fellini é um dos maiores diretores da história do cinema. Se você discorda
desta afirmação, provavelmente este filme não é para você. E ainda, para haver
um aproveitamento total de "Entrevista",
também acho aconselhável um conhecimento mínimo do trabalho do gênio italiano -
assistir filmes como "A Doce Vida", "Noites
de Cabíria", "Amarcord", "8
1/2", "E La Nave Va",
além de outros, te ajudariam a desfrutar ao máximo desta experiência.
Uma equipe
japonesa chega a Roma com o objetivo de entrevistar Federico Fellini,
enquanto o mesmo trabalhava na produção de um filme. Com um argumento simples
como esse, Fellini faz um exercício de metalinguagem onde o onírico é
representado, críticas à indústria da arte são feitas, e sempre, sempre com
muito bom humor.
Os japoneses
querem saber de tudo e Fellini não faz segredo, falando
abertamente sobre suas experiências pessoais, fonte de inspiração, emoções,
improvisos, obstáculos, produção, cenários, escolha de elenco, gravação, o
passado e a Cinecittá.
Para Fellini,
um filme é a mistura de memórias do passado somado aos sonhos. Em suma, podemos
ver a magia e poesia do cinema nas telas e, ao subir os créditos, você vai
ficar na dúvida se acabou de assistir um documentário, uma ficção ou um making of. E ninguém vai saber te
responder com certeza.
ALGUMAS CENAS ESPECIAIS:
1.
A visita surpresa que Federico Fellini e Marcelo
Mastroianni fazem a Anita Ekberg. Uma das sequências
mais nostálgicas do cinema. Mastroianni e Ekberg, ao som de Nino
Rota, relembram "A Doce Vida" e nos
deixam com o coração dilacerado.
2.
Fique atento para tudo o que segue quando o repórter japonês pergunta a Fellini
onde ele encontra tanta gente feia para colocar em seus filmes. O que vemos em
seguida, na tela, é um desfile bizarro e engraçadíssimo.
3. A batalha
final da TV contra o cinema. O set fica
vazio, a chuva para, a música também para, mas Fellini se lembra que os
produtores não iriam apreciar o final do filme e sai com uma idéia hilária.
ALGUMAS FALAS ESPECIAIS:
(Primeiras linhas)
Federico Fellini: "Você já está aqui? Vai pra casa dormir"
(Últimas linhas)
Federico Fellini: "O filme deveria terminar aqui. De fato, termina aqui, mas lembro
das palavras de um antigo produtor amigo meu 'O que? Sem a menor esperança ou
um raio de sol? Me dê um raio de sol', ele implorava no final de cada filme. Um
raio de sol? Bem, vamos tentar".
Federico Fellini: "Com este dinheiro poderia ter comprado 4 prédios de apartamento,
mas fazer um filme é muito mais divertido".
Repórter: "Eu não gosto de fumar nem beber".
Mastroianni: "Mas, e as mulheres?"
Repórter: "Ah, sim, gosto muito, mas..."
Fellini: "Mas? Mas o que?"
Repórter: "Francamente, o que mais gosto é de me masturbar".
Mastroianni: "Ah, boa solução. Um exercício de
concentração que estimula a fantasia, e eu diria que desenvolve a mente de um
romancista. Minhas experiências, por exemplo, eram como romances de ficção -
sempre novos personagens que apresentavam outros: Conheça minha irmã. Esta é
minha prima".
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