DIREÇÃO: Chris
Sanders
ROTEIRO:
Michael Green
ELENCO PRINCIPAL: Harrison Ford, Omar Sy, Dan Stevens…
SINOPSE: Depois
de anos vivendo como um cachorro de estimação na casa de uma família na
Califórnia, Buck precisa entrar em contato com os seus instintos mais selvagens
para conseguir sobreviver em um ambiente hostil como o Alaska. Com o tempo, seu
lado feroz se desenvolve e ele se torna o grande líder de sua matilha.
AUTORA do TEXTO: Nana Pelissari
Inspirado
no romance, de 1903, do escritor norte americano Jack London, o filme
estrelado por Harrison Ford não é a primeira adaptação do livro para o
cinema. Assim como Caninos Brancos - outro
clássico conhecido do autor e um dos mais lembrados “filmes de cachorro” da
década de 1990 -, a obra também gira em torno da vida de um cão e já marcou
presença na telona algumas vezes. Porém, diferentemente da sua versão de 1935,
com Clark
Gable, e da sua versão de 1972, com Charlton Heston, a
aventura contada em 2020 não é protagonizada por um cão real, e sim pelo
resultado de um trabalho em CGI (imagens
geradas por computador).
A
história, desta vez, nas mãos do diretor Chris Sanders, reconhecido
por seus trabalhos em filmes de animação dos estúdios Disney e Dreamworks,
narra a saga de Buck, um cachorro da Califórnia que vai parar no Alasca. Grande
e bagunceiro, o animal de estimação da família do Juiz Miller é retirado de
sua casa grande e confortável no sul dos Estados Unidos, quando colocado de
castigo por seu dono. A partir de então, Buck acaba por atravessar o país numa
jornada de dificuldades, aprendizado e superação, que o levará até John
Thorton, um homem amargurado interpretado por Ford. Vivendo no estado mais extenso, menos povoado, de clima mais
extremo e natureza mais hostil, é neste espaço que o protagonista deve
encontrar o seu lugar.

O ponto alto do filme são os efeitos visuais. Apesar de causar uma grande estranheza,
a forma dos animais feitos em CGI carrega um tanto de antropomorfismo nas
expressões, principalmente o cão Buck, que participa mais ativamente
das cenas. Além disso, a estética resultante do trabalho cuidadoso do CGI surpreende
em algumas tomadas em particular. Os personagens se fundem ao cenário natural
de forma realística e harmoniosa, onde o visual do espaço é bem aproveitado,
resultando em belas sequências.
Não se
pode dizer o mesmo do aproveitamento dos personagens, alguns com uma participação
pouco desenvolvida poderiam ter contribuído para uma construção mais
aprofundada da história. O drama que a trama apresenta se torna incipiente e soa
raso, pois ao tentar entregar um produto voltado a um público mais amplo, de
idade e perfis mais variados, o filme faz muitas concessões e se perde no
desenvolvimento dos seus acontecimentos, dando espaço para um melodrama com
soluções estereotipadas.

Mesmo
longe de ser uma adaptação que destoa da obra original, parece não contemplar
todo seu potencial, mas ainda assim é uma boa opção de entretenimento. Assim, acredito
que vale a visita para quem busca diversão em família.

REFERÊNCIAS

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