DIRETOR:
Sam Hargrave
ROTEIRO:
Anthony Russo e Joe Russo.
ELENCO: Chris Hemsworth, Rudhraksh Jaiswal, Randeep
Hooda…
SINOPSE: A
difícil missão deste mercenário vira uma transformadora luta pela vida quando
ele é enviado a Bangladesh para resgatar o filho sequestrado de um chefão do
crime.
AUTOR do TEXTO: Eliezer Lugarini
“Resgate” nasce e é concebido como uma proposta de ser
um filme de gênero, um filme de ação. E de fato ele o é, mas se você quiser
eventualmente classificá-lo como comédia pastelão ninguém irá crucificá-lo,
salvo um ou outro desavisado de plantão. Para tal, vou encarar minha crítica de
forma bem-humorada e leve.
Somos apresentados ao personagem
principal, chamá-lo-emos de Moleque do Quem Quer Ser um Milionário
- até porque não captei o nome dos personagens,
não os decorei e tampouco são relevantes neste momento. Talvez minha
nomenclatura seja genérica, confesso, todavia não existe mais nada a se saber
sobre este personagem, exceto sua origem indiana e que o “moleque” é sequestrado por um traficante de Bangladesh (chegaremos nele mais adiante). Assim
chegamos ao pai, um chefe do narcotráfico indiano preso que pede, ou melhor,
exige truculentamente, o auxílio de Sidnei Magal da fase das calcinhas
no resgate de seu filho amado.
Corte seco e estamos
com o nosso protagonista herói, bonito, lindo, gostosão e me engravida Thor
dos Vingadores (Chris Hemsworth).
Thor,
já de saída, dá um salto de uns 300 metros de altura de uma rocha e cai na água
sentado em meditação, uma cena fabulosamente realista. Por quê? Porque sim,
oras. Cabe sabermos que Thor
é um mercenário que deseja “resseqüestrar”
o moleque milionário e pedir o valor de resgate para o pai - o presidiário
narcotraficante indiano -, mas para isso ele precisa roubar o moleque milionário
das mãos do nosso próximo personagem: Fiuk, o filho perdido de Fábio
Junior em Bangladesh, um mafioso daqueles brutais que é maldoso por
natureza e corta dedos à toa. Nesta mesma cena conhecemos seu braço direito,
que chamarei de Sidnei Magal da fase cocaína, um personagem completamente
desnecessário, todavia resolvi citá-lo por sua beleza estética. Além disso,
conheceremos o pessoal da caixa baixa da Cidade de Deus, grupo
de minibandidos liderados pelo Cara da Cicatriz - um rapaz um pouco mais relevante para a
trama (não muito), um jovem delator que faz de tudo para ascender rapidamente na
gang de Fiuk, o mafioso cortador de
dedos; mal sabe ele, tolo, que terá seus dedos cortados.

Thor, o “gostosão das galáxias”, consegue roubar
o moleque milionário ao matar 75 bandidos na mão, na faca e eventualmente na
arma, mas logo se depara com toda a polícia da cidade de Daca, comandada por Fiuk
de Bangladesh. O que Thor faz? Mata toda a polícia na
mão, na faca e na arma, mais uns 300 para fita maluco. Infelizmente para Thor, neste
momento, surge Sidnei Magal (o da fase
calcinha) tentando roubar o moleque milionário de Thor. Ambos travam uma
batalha genial, mas é Thor quem fica com o garoto, e Sidnei
Magal tem seu nariz quebrado, consertando-o em um ajuste manual mesmo.
Thor descobre que não há
dinheiro por parte do pai. Logo, Thor - um homem de bom coração, o nosso mercenário herói - não permite que
o moleque milionário seja revendido por uma bolada para Fiuk de Bangladesh novamente.
Você pode se perguntar por que após matar 3 milhões de pessoas Thor protegeria
o garoto? Porque sim, oras, é a resposta que ele mesmo fornece quando
questionado. De certa forma entendemos que ele se afeiçoou ao menino e, assim,
sua função agora é salvá-lo juntando forças com seu arqui-inimigo Sidnei
Magal das Calcinhas e mais alguns de seus amiguinhos que nem valem a
menção.

Com todo respeito que
tenho a esta trama tão estapafúrdia quanto à sinopse que acabei de conceber e, agora,
escrevendo com o mínimo de seriedade, confesso que o filme funciona, e isso se
deve muito ao fato de que as cenas de perseguição são bem arquitetadas - Sam
Hargrave, o diretor, faz uma
série de “travellings” bem pensados que culmina em um plano-sequência daqueles
monumentais, no primeiro resgate, e ainda demonstra uma estética que remete
muito aos jogos de vídeo-game de tiro, não me considero um conhecedor do
assunto, mas esses joguinhos aí tipo o Doom. O tratamento visual das
imagens também é muito decente, ainda que de resto, em termos de trilha sonora,
montagem, direção de arte e atuações, nada salte aos olhos ou seja minimamente
fora do padrão do gênero.
Se você não levar muito
sério a trama, ignorar uma série de bobagens típicas do “mainstream”, relativizar o fato de que nenhuma personagem tem o
mínimo de profundidade psicológica, desconsiderar todos os clichês e o exagero
desenfreado do super-heroísmo padrão, “Resgate”
até se torna um exercício empolgante e frenético que possivelmente prenderá sua
atenção até o final, talvez te tire um ou outro suspiro pela beleza do deus
grego Chris Hemsworth, ou talvez te tire uma ou outra gargalhada pela falta
completa de lógica e realismo. Foi exatamente o que houve comigo, exceto os
suspiros pelo Thor que deixei para minha encarecida e safada esposa.
Observação inútil do autor:
- O título em português não chega a ser aquela
aberração de anos anteriores como “O
Culpado Era o Marido”, mas “Extração”
seria mais condizente e apropriado.

REFERÊNCIAS

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