
LANÇAMENTO: 11 de abril de 2020
DIREÇÃO: Greg Barker
ROTEIRO: Craig Borten
ELENCO: Wagner Moura; Ana de Armas; Garret Dillahunt; Brian
F. O’Byrne
SINOPSE: Durante o período caótico após a invasão dos EUA
ao Iraque, o diplomata da ONU Sergio Vieira de Mello assume a missão mais
complexa e perigosa de sua carreira.
AUTORA DO TEXTO:
Thais R. de Freitas
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Sérgio
Vieira de Mello foi um dos nomes mais importantes e notáveis
da diplomacia Brasileira e também mundial. Funcionário da Organização das
Nações Unidas (ONU) por 34 anos, ocupou o posto de Alto Comissário na
organização, com atuação em missões humanitárias no Líbano, Moçambique, Kosovo,
Ruanda, Bangladesh, Sudão, Timor Leste entre outros locais. Filósofo de
formação pela Universidade de Paris (Sorbonne),
era filho do diplomata e historiador Arnaldo Viera de Mello, que foi
aposentado compulsoriamente pela ditadura. Chegou a ser apontado por muitos
como um possível sucessor de Kofi Annan na Secretaria Geral das
Nações Unidas.
O
filme “Sérgio” é sobre uma parte da
vida deste homem tão interessante, respeitável e de grandes valores. Com Wagner
Moura no papel principal, o longa dirigido por Greg Barker utiliza-se de
um corte temporal. Através de uma narrativa que busca partir do período em que
o personagem central estava no Iraque, temos o romance de Mello com Carolina
Larriera (Ana de Armas) como
meio condutor de todo o desenrolar da história.

A
forma de relato empregada aplica um jogo de cenas que intercalam momentos. Temos,
então, a atuação de Sérgio na ONU, a presença dele nas mediações de gestão de
conflitos em outras missões, o romance e a situação de Mello no atentado
realizado no Iraque, na sede das Nações Unidas, do qual foi vítima fatal. Todos
estes fatos costuram o desenrolar da narrativa, que contempla a curiosa atuação
de Wagner
Moura.
Wagner
Moura é um ator da mais alta estirpe, com uma série de belas
atuações em personagens marcantes. Seja pelo Capitão Nascimento
de “Tropa de Elite” ou o
Narcotraficante Pablo Escobar, em “Narcos”.
Acontece que, em alguns momentos, o roteiro pesa e limita a fluidez. Deixa, portanto,
uma série de lacunas que deveriam ser preenchidas para o envolvimento do
telespectador mais profundamente com a grande personalidade que foi Sérgio. Ana
de Armas está bem no papel e compõe satisfatoriamente a sua
personagem.

Outro
ponto curioso está na escolha do idioma para assistir o filme. Quem opta por
ver em português, por exemplo, pelo fato da nacionalidade do ator e perspectiva
da história de uma personalidade brasileira, pode sentir desconforto na versão
da Netflix. É muito incômodo e estranho ver Wagner Moura com certa
dublagem da própria voz e até com uma sincronia estranha. Este é um dos pontos
negativos que pesam no envolvimento do telespectador para este tipo de versão.
Uma
história complexa como a vida de Mello foi, neste filme, decepciona o
telespectador pelo enfoque excessivo no romance, que foi a forma escolhida pelo
diretor para retratar a personalidade no filme. A heterogeneidade da vida do
personagem narrado não é devidamente desenvolvida. O roteiro limita e deixa
tudo muito simplório, fazendo com que, em muitos momentos, se tenham apenas um
folhetim melodramático deveras piegas e romantizado. Desta maneira, o
telespectador afoito por saber mais sobre Sérgio, não consegue ter o desejo
satisfeito. Uma pena, visto que a
produção tinha tudo para emplacar um grande filme sobre esta incrível história
de vida.

REFERÊNCIAS

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