SÉRGIO

By | junho 25, 2020 Leave a Comment


LANÇAMENTO: 11 de abril de 2020
DIREÇÃO: Greg Barker
ROTEIRO: Craig Borten
ELENCO: Wagner Moura; Ana de Armas; Garret Dillahunt; Brian F. O’Byrne


SINOPSE: Durante o período caótico após a invasão dos EUA ao Iraque, o diplomata da ONU Sergio Vieira de Mello assume a missão mais complexa e perigosa de sua carreira.

AUTORA DO TEXTO: Thais R. de Freitas

Sérgio Vieira de Mello foi um dos nomes mais importantes e notáveis da diplomacia Brasileira e também mundial. Funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) por 34 anos, ocupou o posto de Alto Comissário na organização, com atuação em missões humanitárias no Líbano, Moçambique, Kosovo, Ruanda, Bangladesh, Sudão, Timor Leste entre outros locais. Filósofo de formação pela Universidade de Paris (Sorbonne), era filho do diplomata e historiador Arnaldo Viera de Mello, que foi aposentado compulsoriamente pela ditadura. Chegou a ser apontado por muitos como um possível sucessor de Kofi Annan na Secretaria Geral das Nações Unidas.

O filme “Sérgio” é sobre uma parte da vida deste homem tão interessante, respeitável e de grandes valores. Com Wagner Moura no papel principal, o longa dirigido por Greg Barker utiliza-se de um corte temporal. Através de uma narrativa que busca partir do período em que o personagem central estava no Iraque, temos o romance de Mello com Carolina Larriera (Ana de Armas) como meio condutor de todo o desenrolar da história.




A forma de relato empregada aplica um jogo de cenas que intercalam momentos. Temos, então, a atuação de Sérgio na ONU, a presença dele nas mediações de gestão de conflitos em outras missões, o romance e a situação de Mello no atentado realizado no Iraque, na sede das Nações Unidas, do qual foi vítima fatal. Todos estes fatos costuram o desenrolar da narrativa, que contempla a curiosa atuação de Wagner Moura.

Wagner Moura é um ator da mais alta estirpe, com uma série de belas atuações em personagens marcantes. Seja pelo Capitão Nascimento de “Tropa de Elite” ou o Narcotraficante Pablo Escobar, em “Narcos”. Acontece que, em alguns momentos, o roteiro pesa e limita a fluidez. Deixa, portanto, uma série de lacunas que deveriam ser preenchidas para o envolvimento do telespectador mais profundamente com a grande personalidade que foi Sérgio. Ana de Armas está bem no papel e compõe satisfatoriamente a sua personagem. 




Outro ponto curioso está na escolha do idioma para assistir o filme. Quem opta por ver em português, por exemplo, pelo fato da nacionalidade do ator e perspectiva da história de uma personalidade brasileira, pode sentir desconforto na versão da Netflix. É muito incômodo e estranho ver Wagner Moura com certa dublagem da própria voz e até com uma sincronia estranha. Este é um dos pontos negativos que pesam no envolvimento do telespectador para este tipo de versão.

Uma história complexa como a vida de Mello foi, neste filme, decepciona o telespectador pelo enfoque excessivo no romance, que foi a forma escolhida pelo diretor para retratar a personalidade no filme. A heterogeneidade da vida do personagem narrado não é devidamente desenvolvida. O roteiro limita e deixa tudo muito simplório, fazendo com que, em muitos momentos, se tenham apenas um folhetim melodramático deveras piegas e romantizado. Desta maneira, o telespectador afoito por saber mais sobre Sérgio, não consegue ter o desejo satisfeito.  Uma pena, visto que a produção tinha tudo para emplacar um grande filme sobre esta incrível história de vida. 


REFERÊNCIAS





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