TEMPO DE CAÇA

By | junho 26, 2020 Leave a Comment


LANÇAMENTO: 23 de abril de 2020
DIRETOR: Sung-Hyun Yoon
ROTEIRO: Sung-Hyun Yoon
ELENCO: Le Je Hoon, Ahn Jae Hong, Choi Woo Shik, Park Jung Min, Park Hae See e Bae Je Ki


SINOPSE: Num futuro próximo, uma crise financeira atingirá a Coréia e surgirão favelas. Nessas áreas, um grupo de jovens comete crimes para sobreviver.

AUTORA do TEXTO: Camila Ap. Silva

Tempo de caça acabou de sair do forno. Estreou no Berlinale e foi adquirido pela Netflix, em um processo conturbado junto aos coreanos, pois o filme seria exibido nos cinemas, mas estes estavam fechados.

Apresenta, inicialmente, os personagens que integram a narrativa e seus microcosmos. Feita a breve contextualização, passamos a acompanhar um jogo de gato e rato entre o anti-herói e seu algoz.


Passeando por alguns gêneros cinematográficos, o cineasta realiza uma busca frenética por justiça, equidade social e alguma redenção nos 131 minutos, nos quais o espectador assiste a um cenário desolador e inóspito - uma Coréia do Sul falida e assolada por um capitalismo feroz e levantes trabalhistas e sociais. Assim, concentração de renda, banditismo e revolta social são espelhados e permeados de momentos tensos, conturbados e acelerados.

Começando como um drama juvenil e retornando ao drama, ao findar a narrativa, Sung-Hyun leva o espectador para passear num carrossel galopante de gêneros e num ritmo ágil, mantendo-o atento e interessado na narrativa.

Nessa perspectiva, do drama passamos para ação rápida e acachapante, depois vamos para um breve suspense investigativo, retornando para ação rápida e bem tramada, envolvendo perseguições e desembocando em uma trama de vingança que surge de alguns desdobramentos, para findar num drama um tanto hamletiano, que abre a premissa para continuação da trama, num outro filme.


E então fica a pergunta: o filme funciona?

Sim, na minha opinião. O espectador adentra naquele mundo em um ritmo muito único e fazendo da visita algo sensorial, pois a mudança de gêneros não impacta no ritmo, que mantém o fluxo do interesse sendo alimentado, constantemente. Assim, possui uma narrativa que envolve roubo, perseguições, perdas familiares e vingança - tudo junto e demarcado em linhas claras, pelo uso dos gêneros em prol da fluidez dela.
  
Quanto aos personagens, estão diametralmente em oposição, buscando no espectador uma empatia e reconhecimento, junto ao grupo de jovens que é perseguido por um homem de meia-idade. Além disso, o ímpeto e a rebeldia lá estão, mas o porvir com todas as suas consequências também. Deste modo, como viver para encará-lo?

Recomendo a visita a este filme, porém não como para uma experiência inovadora, pois em seu conteúdo estão todos os temas que nos habituamos a ver, comumente.

Logo, o convite é para a observação de como é possível ver um filme permeado de clichês, mas que é muito bem executado e que tem um “timing” ótimo, mantendo e prendendo a atenção do espectador do início ao fim.


REFERÊNCIAS


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