

LANÇAMENTO: 23 de abril de 2020
DIRETOR: Sung-Hyun Yoon
ROTEIRO: Sung-Hyun Yoon
ELENCO: Le Je Hoon, Ahn
Jae Hong, Choi Woo Shik, Park Jung Min, Park Hae See e Bae Je Ki
SINOPSE: Num futuro próximo, uma crise financeira atingirá
a Coréia e surgirão favelas. Nessas áreas, um grupo de jovens comete crimes
para sobreviver.
AUTORA do TEXTO:
Camila Ap. Silva
Tempo
de caça acabou de sair do forno. Estreou no Berlinale e foi adquirido pela
Netflix, em um processo conturbado junto aos coreanos, pois o filme seria
exibido nos cinemas, mas estes estavam fechados.
Apresenta,
inicialmente, os personagens que integram a narrativa e seus microcosmos. Feita
a breve contextualização, passamos a acompanhar um jogo de gato e rato entre o
anti-herói e seu algoz.

Passeando
por alguns gêneros cinematográficos, o cineasta realiza uma busca frenética por
justiça, equidade social e alguma redenção nos 131 minutos, nos quais o
espectador assiste a um cenário desolador e inóspito - uma Coréia do Sul falida e assolada por um capitalismo feroz e levantes
trabalhistas e sociais. Assim, concentração de renda, banditismo e revolta
social são espelhados e permeados de momentos tensos, conturbados e acelerados.
Começando
como um drama juvenil e retornando ao drama, ao findar a narrativa, Sung-Hyun
leva o espectador para passear num carrossel galopante de gêneros e num ritmo ágil,
mantendo-o atento e interessado na narrativa.
Nessa
perspectiva, do drama passamos para ação rápida e acachapante, depois vamos para
um breve suspense investigativo, retornando para ação rápida e bem tramada, envolvendo
perseguições e desembocando em uma trama de vingança que surge de alguns
desdobramentos, para findar num drama um tanto hamletiano, que abre a premissa
para continuação da trama, num outro filme.

E
então fica a pergunta: o filme funciona?
Sim,
na minha opinião. O espectador adentra naquele mundo em um ritmo muito único e
fazendo da visita algo sensorial, pois a mudança de gêneros não impacta no
ritmo, que mantém o fluxo do interesse sendo alimentado, constantemente. Assim,
possui uma narrativa que envolve roubo, perseguições, perdas familiares e
vingança - tudo junto e demarcado em
linhas claras, pelo uso dos gêneros em prol da fluidez dela.
Quanto
aos personagens, estão diametralmente em oposição, buscando no espectador uma
empatia e reconhecimento, junto ao grupo de jovens que é perseguido por um
homem de meia-idade. Além disso, o ímpeto e a rebeldia lá estão, mas o porvir
com todas as suas consequências também. Deste modo, como viver para encará-lo?
Recomendo
a visita a este filme, porém não como para uma experiência inovadora, pois em
seu conteúdo estão todos os temas que nos habituamos a ver, comumente.
Logo, o convite é para a observação de como é possível ver um filme
permeado de clichês, mas que é muito bem executado e que tem um “timing” ótimo, mantendo e prendendo a
atenção do espectador do início ao fim.

REFERÊNCIAS

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