

LANÇAMENTO: 30 de junho de 2020
DIREÇÃO: Salvador Calvo
ROTEIRO: Alejandro Hernández
ELENCO: Moustapha Oumarou; Anna Castillo; Luis Tosar;
Álvaro Cervantes...
SINOPSE: Um homem
decide se separar, e vai para Moçambique trabalhar em um reservatório natural,
e descobre que há muito mais trabalho a fazer do que ele havia previsto.
AUTOR
do TEXTO: Ed Kalume
"Adú" é mais um daqueles
filmes que seguem a fórmula "vidas
que se cruzam". Só que, desta vez, o diretor Salvador Calvo foi à
África e explorou temas como imigração, violência, miséria, amizade, luta pela
sobrevivência, interferência estrangeira no continente e vários outros temas
bem pertinentes.
O filme usa três histórias: a de um menino chamado Adú,
tentando imigrar para a Europa; a de um europeu que trabalha em uma ONG na
África, tentando proteger a vida dos elefantes; e a de um policial que trabalha
na fronteira de Melilla com o Marrocos.

Através desses três personagens
principais, vamos descobrindo uma terra de contrastes: enquanto os africanos
enfrentam a fome, a violência, a injustiça, o abuso sexual e a morte, os europeus
enfrentam seus problemas de má comunicação, vazios existenciais, consciência
pesada, uso de drogas e crises – isto é, tipos de problemas enfrentados apenas por aqueles que tem suas necessidades básicas supridas.
Assim, vemos uma adolescente
descolada e uma pré-adolescente protetora, tentando sobreviver; um meio de
transporte perdido e um souvenir africano; pessoas incríveis e pessoas
perversas; um policial em crise e um imigrante morto; um protetor de animais da
floresta e um africano sonhando em dar uma vida melhor para sua família; uma
menina mimada e um amigo protetor; uma viagem segura dentro da África e uma
outra desastrosa...e, em meio a esse choque de dois mundos, resta ao espectador
o olhar de Adú, em uma corrida cujo prêmio é a sobrevivência.

O tema é pertinente, a fotografia é
belíssima, a trilha sonora funciona em quase todas as cenas, o elenco está
correto, com destaque para Adam Nourou, o menino de 14 anos que
segue na jornada junto com Adú. A proposta é muito boa, mas a
execução deixa a desejar. O filme acaba contendo três histórias, porém apenas uma
delas realmente se aproveita.
Um detalhe no filme que vale a pena
prestar atenção é o papel da bicicleta de um dos personagens. Ela segue por
todo o filme e pode levantar muitos questionamentos, mas não dá para comentar
aqui, porque entregaria “spoilers” do
filme que está longe de ser perfeito, mas que vale a pena ser conferido.

REFERÊNCIAS

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