FESTIVAL EUROVISION DA CANÇÃO - A SAGA DE SIGRIT E LARS

By | agosto 07, 2020 Leave a Comment
LANÇAMENTO: 26 de junho de 2020
DIREÇÃO: David Dobkin
ROTEIRO: Andrew Steele e Will Ferrell
ELENCO: Will Ferrell; Rachel McAdams; Dan Stevens; Pierce Brosnan...

SINOPSE: Lars (Will Ferrell) e Sigrit (Rachel McAdams) são uma dupla de músicos islandeses que, para a surpresa de todos, são selecionados para representar seu país na maior competição musical da Europa, o Eurovision, e precisarão provar o seu valor para todos.

AUTOR do TEXTO: Eliezer Lugarini

Einstein já dizia: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes". Sua lógica é unânime e incontestável, tanto para a física e para a matemática como também para o cinema.

Outro dia, zapeando pelas paupérrimas opções da Netflix, me deparei com o título: Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars. Quase que, em uma vontade incontrolável de fazer m..., resolvi assisti-lo sem buscar absolutamente nenhuma informação adicional ao título, desconhecendo diretores, atores, avaliações ou críticas. O único critério era que fosse um filme lançado em 2020 e que o título de certa forma fosse sugestivo. 


Confesso que eu imaginava algo em tom documental sobre alguma banda real ou fictícia participando de um festival – “Eurovision” é basicamente isto mesmo, exceto pelo tom documental. A começar, o ator principal é Will Ferrell, se porventura você não se lembrava dele, calma - eu mesmo cheguei a questionar sua existência, crendo erroneamente se tratar de uma alma falecida ou no mínimo aposentada. Logo após uma breve pesquisa, descobri que Will Ferrell se mantém bastante ativo, para alguém que considerei, por um breve momento, esfalecido - muito embora sua última aparição relevante tenha sido em Aventura Lego, de 2014, filme no qual ele nem aparece.

Bom, Will Ferrell sempre foi um comediante ruim e um ator horroroso. Seus filmes são muito cafonas, bobos e, talvez, exatamente por seu tom “over”, tosco e ridículo, ele tenha conseguido formar seu nome, realizar vários filmes, fazer sucesso e, quem sabe, até possuir uma legião de fãs.


Lars (Will Ferrell) e Sigrit, interpretada por Rachel Mcadams - não me pergunte o que ela faz aqui -, formam uma dupla musical que nutre o sonho de representar a Islândia no festival Eurovision. Mesmo ridicularizados por seu próprio povo, a dupla entra por vias tortas no festival. Considerados a vergonha do país, conseguirão dar a volta por cima em uma reviravolta musical surpreendente. O pano de fundo é a Islândia e, assim, Will Ferrell pode se deliciar com piadas étnicas alimentadas por pitadas de xenofobia estereotipadas, tanto em relação aos nórdicos quanto a todo o resto da Europa.

“Eurovision” é mais uma das incursões de Ferrell onde não há nada de novo em sua fórmula – é um misto de diversas piadas rasas e ofensivas, mas, em alguns momentos, genuinamente, o filme consegue fazer rir, pena serem tão escassos.

O filme é inteiramente construído para que a canção final seja a apoteose, o ápice redentor da dupla que nunca desistiu, surpreendeu e conquistou corações. Não há nada de errado nisso, até porque, convenhamos, realmente a música é boa - cópia deslavada de Let It Go. É verdade. Porém é uma daquelas canções pungentes e super emotivas, tendo uma letra que faz todo sentido ao que o filme apresenta. O grande problema é que para se chegar a esta apoteose, todas as outras músicas do filme são inqualificáveis, horrorosas, tolas e lotadas de estereótipos ofensivos aos países representantes das músicas.

Voltando à frase inicial de Einstein, penso que Ferrell não precisa se reinventar, pois ele é o que é, e seu cinema também. Sua fórmula parece funcionar e atrair o público. Portanto, que  Will Ferrell siga seu rumo e seja feliz. Talvez seria insanidade minha cogitar uma mudança no cinema de Ferrell, mas tem um momentinho minúsculo em seu filme que me permite sonhar. Sem dúvida a melhor piada de toda a carreira Ferrell, quando o afeminado artista russo é questionado sobre sua sexualidade. Nenhuma resposta seria tão contundente quanto: “Na Rússia não há homossexuais, é proibido”.  

Observação Inútil do autor:

a)     Eurovision é um festival real de música europeia, realizado desde 1956. A vencedora mais famosa é Celine Dion (canadense).

b)     U2 nunca venceu este festival.

REFERÊNCIAS




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