

LANÇAMENTO: 26 de junho de 2020
DIREÇÃO: David Dobkin
ROTEIRO: Andrew Steele e Will Ferrell
ELENCO: Will Ferrell; Rachel McAdams; Dan Stevens; Pierce Brosnan...
SINOPSE: Lars (Will Ferrell)
e Sigrit (Rachel McAdams) são uma dupla de músicos islandeses que, para a
surpresa de todos, são selecionados para representar seu país na maior
competição musical da Europa, o Eurovision, e precisarão provar o seu valor
para todos.
AUTOR do TEXTO:
Eliezer Lugarini
Einstein já dizia: "Insanidade
é continuar fazendo sempre
a mesma coisa e
esperar resultados diferentes". Sua lógica é unânime e incontestável, tanto para a física
e para a matemática como também para o cinema.
Outro
dia, zapeando pelas paupérrimas opções da Netflix, me deparei com o título: Festival
Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars. Quase que, em uma
vontade incontrolável de fazer m..., resolvi assisti-lo sem buscar
absolutamente nenhuma informação adicional ao título, desconhecendo diretores,
atores, avaliações ou críticas. O único critério era que fosse um filme lançado
em 2020 e que o título de certa forma fosse sugestivo.

Confesso
que eu imaginava algo em tom documental sobre alguma banda real ou fictícia
participando de um festival – “Eurovision”
é basicamente isto mesmo, exceto pelo tom documental. A começar, o ator
principal é Will Ferrell, se porventura você não se lembrava dele, calma - eu mesmo cheguei a questionar sua
existência, crendo erroneamente se tratar de uma alma falecida ou no mínimo
aposentada. Logo após uma breve pesquisa, descobri que Will Ferrell se mantém
bastante ativo, para alguém que considerei, por um breve momento, esfalecido - muito embora sua última aparição relevante
tenha sido em Aventura Lego, de
2014, filme no qual ele nem aparece.
Bom,
Will
Ferrell sempre foi um comediante ruim e um ator horroroso. Seus filmes
são muito cafonas, bobos e, talvez, exatamente por seu tom “over”, tosco e ridículo, ele tenha conseguido formar seu nome,
realizar vários filmes, fazer sucesso e, quem sabe, até possuir uma legião de
fãs.

Lars (Will Ferrell) e Sigrit, interpretada por Rachel Mcadams - não me pergunte o que ela faz aqui -, formam uma dupla musical que
nutre o sonho de representar a Islândia no festival Eurovision. Mesmo
ridicularizados por seu próprio povo, a dupla entra por vias tortas no
festival. Considerados a vergonha do país, conseguirão dar a volta por cima em
uma reviravolta musical surpreendente. O pano de fundo é a Islândia e, assim, Will
Ferrell pode se deliciar com piadas étnicas alimentadas por pitadas de
xenofobia estereotipadas, tanto em relação aos nórdicos quanto a todo o resto
da Europa.
“Eurovision” é
mais uma das incursões de Ferrell onde não há nada de novo em
sua fórmula – é um misto de diversas
piadas rasas e ofensivas, mas, em alguns momentos, genuinamente, o filme
consegue fazer rir, pena serem tão escassos.
O
filme é inteiramente construído para que a canção final seja a apoteose, o
ápice redentor da dupla que nunca desistiu, surpreendeu e conquistou corações. Não
há nada de errado nisso, até porque, convenhamos, realmente a música é boa - cópia deslavada de Let It Go. É verdade. Porém é uma daquelas canções pungentes
e super emotivas, tendo uma letra que faz todo sentido ao que o filme apresenta.
O grande problema é que para se chegar a esta apoteose, todas as outras músicas
do filme são inqualificáveis, horrorosas, tolas e lotadas de estereótipos
ofensivos aos países representantes das músicas.
Voltando
à frase inicial de Einstein, penso que Ferrell não precisa se reinventar, pois ele é o que é, e seu cinema também. Sua fórmula parece funcionar e atrair o público.
Portanto, que Will Ferrell siga seu
rumo e seja feliz. Talvez seria insanidade minha cogitar uma mudança no cinema
de Ferrell, mas tem um momentinho minúsculo em seu filme que me permite sonhar.
Sem dúvida a melhor piada de toda a carreira Ferrell, quando o
afeminado artista russo é questionado sobre sua sexualidade. Nenhuma resposta
seria tão contundente quanto: “Na Rússia
não há homossexuais, é proibido”.
Observação Inútil do autor:
a) Eurovision é um festival real de música europeia,
realizado desde 1956. A vencedora mais famosa é Celine Dion (canadense).
b) U2 nunca venceu este festival.

REFERÊNCIAS

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