

LANÇAMENTO: 1 de Janeiro
de 1977
DIREÇÃO: Sara Gómez
ROTEIRO: Sara Gómez; Julio
García Espinosa; Tomás Gutiérrez Alea; Tomás González Pérez.
ELENCO: Mario Balmaseda;
Yolanda Cuéllar; Mario Limonta; Sarita Heyes...
SINOPSE: o filme mistura cenas de documentário com uma
história fictícia que analisa os bairros pobres de Havana logo após a Revolução
Cubana de 1959.
AUTORA
do TEXTO: Vanessa Paiva
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LETTERBOXD:
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O único
longa feito por Sara Gomez é uma surpresa cinematográfica, ao falar sobre o amor,
a revolução e a importância de nos voltarmos para uma crítica social e humana,
em um período de construção de identidade política e estrutural. Tudo começa
com uma pequena reunião comunitária dos Trabalhadores da região de Miraflores
- um bairro de Havana em Cuba.
Yolanda é professora
na comunidade e uma das personagens centrais do filme que passa por conflitos com
Seu
Mario - um revolucionário local.
Essa personagem aparece, em um momento, numa região pobre de Havana que
enfrenta problemas comuns de muitas cidades da América Latina, como falta de
energia e de investimento na educação e no saneamento. Apesar de ser em Cuba, o
filme poderia tranquilamente ser rodado no Brasil.

A
educação é um tema tratado com profundidade, em relação às dificuldades enfrentadas
por essa professora em sala de aula. Assim, alguém como ela, que era culta e
politizada, tinha dificuldade em se adaptar àquela nova forma de enxergar o que
seus alunos precisavam, pois sua pedagogia não se aplicava a eles, visto que
suas necessidades como indivíduos eram muito distantes da dela - eram pessoas excluídas e esquecidas da
sociedade. Não muito distante disso, a marginalização é outro assunto tocado,
já que esse conceito em Cuba, naquele período, estava associado a
revolucionários.
Não
é um filme tão conhecido ou tão falado, mas permanece com questionamentos
válidos acerca da desconstrução para reconstrução em outras palavras. Nesse
sentido, o filme busca trazer à tona tudo aquilo que a população traz
engasgada, todas as suas mazelas e discriminações e como o país ficou dividido
depois da revolução.

O
formato do discurso narrativo é politico e referencial. Infelizmente, a
qualidade do filme que encontrei não estava muito boa, o que me impossibilitou
de ter uma percepção maior acerca da estética, sendo o roteiro e a direção o ponto
central do filme.
O que mais me
impressiona é a capacidade de trazer à tona as subalternidades daquele tempo
onde tantas mudanças ocorriam dentro da América Latina. O considero um filme
mais que necessário, sendo atemporal, já que as consequências da colonialidade,
racismo e patriarcalidade se mantêm presentes no longa e fora dele, inclusive
até nos dias atuais.
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