TIGERTAIL

By | agosto 28, 2020 Leave a Comment
LANÇAMENTO: 10 de abril de 2020
DIREÇÃO: Alan Yang
ROTEIRO: Alan Yang
ELENCO: Christine Ko; Tzi Ma; Lee Hong-Chi; Joan Chen...

SINOPSE: Um operário de Taiwan sai de sua terra natal buscando oportunidades nos EUA. Agora num novo lar, ele precisa equilibrar seus relacionamentos familiares, novas responsabilidades e traumas passados.

AUTORA do TEXTO: Nana Pelissari

Simples e despretensioso, o longa do diretor norte americano Alan Yang - acostumado a escrever e produzir séries televisivas - peca por não inovar ou se aprofundar no grande potencial sociocultural que carrega. Contudo, se estivermos dispostos a mergulhar num drama familiar fácil e fluido, econômico na duração e que transcorre com muita sensibilidade e harmonia ao longo do seu curto tempo, este pode ser uma boa opção.


Através de cenas singelas e feitas com esmero, dentro da sua simplicidade, a narrativa se inicia no tempo presente e volta ao passado para transitar entre flashbacks e momentos atuais, contando a trajetória de vida de Pin-Jui (Tzi Ma) - imigrante taiwanês que vive nos Estados Unidos. De início, somos apresentados ao protagonista e sua filha, e é esta relação pai e filha que promove o enredo. Árido e apático, o Pin-Jui dos dias de hoje reflete na sua amargura toda decepção vivida. Frustrado, segue entregue às derrotas que o abateram e não consegue refazer os laços que deixaram desfeitos, fazendo da tentativa da filha se reconectar a ele uma tarefa difícil.

As sequencias que mostram recortes da infância e da juventude do personagem na sua terra natal são bonitas e reflexivas, somam-se para nos entregar o caminho que o levou onde ele está. Seu sofrimento, sua ambição e suas escolhas moldaram sua aspereza e infelicidade. Combinando a estética agradável com a trilha sonora cativante, a história gera empatia. Bem costuradas, sensibilizam e nos faz pensar no poder das nossas escolhas e ações, como nos influenciam tão intimamente.


Descendente de imigrantes, Alan Yang concebeu o filme inspirado na biografia do seu próprio pai, mesclando fatos reais e ficcionais. Assim como ele, o protagonista embarca no sonho americano em busca de mais oportunidades. No filme, como sempre acontece na vida real, uma escolha implica em renúncias. Pin-Jui aceita uma vida com a qual não se identifica e, tendo tomado a opção certa ou não, dado contexto de pobreza e dificuldades que ele e sua mãe enfrentavam, estava fadado a frustrações.

Com um desfecho otimista e que enfatiza o tom lírico do desenrolar do filme, ele se completa e entrega um bom resultado. Vale a pena a visita: sem muitas expectativas.

REFERÊNCIAS



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