

LANÇAMENTO: 10 de abril de 2020
DIREÇÃO: Alan Yang
ROTEIRO: Alan Yang
ELENCO: Christine Ko; Tzi Ma; Lee Hong-Chi; Joan Chen...
SINOPSE: Um operário de
Taiwan sai de sua terra natal buscando oportunidades nos EUA. Agora num novo
lar, ele precisa equilibrar seus relacionamentos familiares, novas
responsabilidades e traumas passados.
AUTORA do TEXTO: Nana Pelissari
Simples e despretensioso, o longa do
diretor norte americano Alan Yang - acostumado a escrever e produzir séries televisivas - peca por não inovar
ou se aprofundar no grande potencial sociocultural que carrega. Contudo, se
estivermos dispostos a mergulhar num drama familiar fácil e fluido, econômico
na duração e que transcorre com muita sensibilidade e harmonia ao longo do seu
curto tempo, este pode ser uma boa opção.

Através de cenas singelas e feitas com
esmero, dentro da sua simplicidade, a narrativa se inicia no tempo presente e
volta ao passado para transitar entre flashbacks
e momentos atuais, contando a trajetória de vida de Pin-Jui (Tzi Ma) - imigrante taiwanês que vive nos
Estados Unidos. De início, somos apresentados ao protagonista e sua filha,
e é esta relação pai e filha que promove o enredo. Árido e apático, o Pin-Jui
dos dias de hoje reflete na sua amargura toda decepção vivida. Frustrado, segue
entregue às derrotas que o abateram e não consegue refazer os laços que
deixaram desfeitos, fazendo da tentativa da filha se reconectar a ele uma
tarefa difícil.
As sequencias que mostram recortes da
infância e da juventude do personagem na sua terra natal são bonitas e reflexivas,
somam-se para nos entregar o caminho que o levou onde ele está. Seu sofrimento,
sua ambição e suas escolhas moldaram sua aspereza e infelicidade. Combinando a
estética agradável com a trilha sonora cativante, a história gera empatia. Bem
costuradas, sensibilizam e nos faz pensar no poder das nossas escolhas e ações,
como nos influenciam tão intimamente.

Descendente de imigrantes, Alan
Yang concebeu o filme inspirado na biografia do seu próprio pai,
mesclando fatos reais e ficcionais. Assim como ele, o protagonista embarca no
sonho americano em busca de mais oportunidades. No filme, como sempre acontece
na vida real, uma escolha implica em renúncias. Pin-Jui aceita uma vida
com a qual não se identifica e, tendo tomado a opção certa ou não, dado
contexto de pobreza e dificuldades que ele e sua mãe enfrentavam, estava fadado
a frustrações.
Com um desfecho
otimista e que enfatiza o tom lírico do desenrolar do filme, ele se completa e
entrega um bom resultado. Vale a pena a visita: sem muitas expectativas.

REFERÊNCIAS

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