SUMMERLAND

By | setembro 11, 2020 Leave a Comment
LANÇAMENTO: 24 de julho de 2020 
DIREÇÃO: Jessica Swale 
ROTEIRO: Jessica Swale 
ELENCO: Gemma Arterton; Gugu Mbatha-Raw; Penelope Wilton; Tom Courtenay...


SINOPSE: Durante a Segunda Guerra Mundial uma mulher abre seu coração para um paciente, após ter resolvido inicialmente se livrar dele.


AUTORA DO TEXTO: Thais R. de Freitas 
TWITTER: https://twitter.com/Ruivaa?s=09 
LETTERBOXD: https://letterboxd.com/thaisrfr/

 

Uma escritora reclusa, a segunda guerra em curso e um jovem menino formam o início de narrativa desta produção inglesa. Primeiro longa dirigido por Jessica Swale, o filme é estrelado por Gemma Arterton, atriz, até então, mais conhecida por sua participação no filme da franquia 007, “007- Quantum of Solace”.

 

A leveza desta narrativa é um bom entretenimento para dias em que se busca um passatempo mais esperançoso. Apesar de um drama de guerra, a película permite nos mostrar perspectivas de certo modo inusitadas, num enredo que nos conduz a reflexões sobre as peças que o destino pode acabar por nos pregar, na convergência de destinos, história e acontecimentos da vida. 




Tudo começa quando a vida coloca um órfão refugiado dos bombardeios frequentes em Londres, sob a tutela da rabugenta escritora Alice, numa região localizada na zona rural do Reino Unido. Sem pedir para participar de qualquer programa de acolhimento de jovens, a escritora fica surpresa por ter sido contemplada nesta tutela e pede ao programa que, em uma semana, arrumem uma casa melhor para ficar com Frank. Como a vida não é feita de programações, em curto espaço de tempo, o menino de quem ela queria se livrar e evitar qualquer aprofundamento de relacionamento, cativa uma grande amizade e afeto com a escritora reclusa, contribuindo para que ela desista da entrega da guarda temporária do garoto para um novo lar.

 

Durante toda a narrativa, são introduzidos flashes sobre a memória da escritora. Neles observamos momentos felizes e variados, vividos na companhia da personagem Vera, interpretada pela atriz Gugu Mbatha-Raw, rosto conhecido de filmes e séries como Belle, The Morning Show, Easy e seu papel mais icônico no aclamado episódio de Black Mirror: San Junipero.

 

A partir dos flashes que nos permitem acessar as conexões entre o passado da escritora e a situação atual, o filme aprofunda nossa percepção sobre por qual razão o menino foi parar na tutela de Alice.




Spoiler Alert: É bonita a forma que a diretora mostra como foi o relacionamento de Alice e Vera, bem como a delicadeza ao mostrar que crianças não nascem com predicados de preconceitos - isso é embutido por meios sociais nos quais elas são criadas. Há naturalidade na medida certa para retratar o amor entre a escritora e a mãe de Frank, antes do nascimento dele, sem entrar em debate puramente social e até político direto. O filme consegue caminhar pela demonstração de que numa relação, muitas vezes, seguimos caminhos diferentes por expectativas diversas. O romance entre elas e a razão pela qual Vera preferiu não seguir com Alice, escolhendo casar com um homem para ter o filho biológico, que futuramente vai para a casa da escritora, é passível de entendimento das escolhas. Ainda assim, o filme rompe tabus ao falar de filhos em lares constituídos por casais homoafetivos, numa época em que não se falava da possibilidade de constituição de famílias por Lgbtq+, dentro de padrões sociais tradicionais. Essa abordagem de lares lgbtq+, com filhos, dão o toque essencial na concepção do longa.

 

É uma história ambientada nos anos 40, só que muito à frente de seu tempo. Claro que há um pouco de previsibilidade em algumas formas de condução dos elementos narrativos. No entanto, ainda assim, é uma graça ver e divagar na densidade deste drama leve de guerra. Um filme com graciosidade que vale assistir. 



REFERÊNCIAS


TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=Gfc83zILo_I

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