O JULGAMENTO DE VIVIANE AMSALEM

By | outubro 05, 2020 Leave a Comment

LANÇAMENTO: 25 de junho de 2014
DIREÇÃO: Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
ROTEIRO: Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
ELENCO: Ronit Elkabetz; Menashe Noy; Simon Abkarian


SINOPSE: Em Israel, os judeus ortodoxos só se separam após o julgamento de Rabinos e o consentimento do marido. Baseado em uma história real. Ela não mede esforços para conseguir sua liberdade.

 

AUTORA do TEXTO: Nana Pelissari

 

Todas as cenas compartilham o mesmo espaço: um tribunal que compreende um cenário seco e minimalista, composto por paredes brancas e mobílias estéreis. Do início ao fim, as sequencias seguem seu percurso dentro desse ambiente monótono, num ritmo compassado, marcado apenas pela indicação da passagem do tempo, demarcando as visitas ao local.



Trata-se de um filme denso, crítico, de atmosfera claustrofóbica e que expõe o surreal absurdo das desventuras de uma sociedade arraigada a preceitos machistas e efusivamente moralistas. A trama mostra a luta de uma mulher para se divorciar de um marido controlador a quem não ama mais. Apesar de não haver, a princípio, outros agravantes que justifiquem o pedido, ela deseja colocar um fim no seu casamento e, de acordo com as leis de Israel, a separação pode acontecer apenas com o consentimento do marido. Luta essa que segue se arrastando por 05 anos, o que soa angustiante. Assim, essa sensação de sufocamento é captada e refletida para o espectador, tanto pelos pontos de vista que a câmera nos coloca, quanto pela boa representação dos atores e construção dos diálogos.

 

Dirigido e produzido pelos irmãos Ronit e Shlomi Elkabetz, sendo que Ronit Elkabetz também atua como Viviane Amsalem, o enredo traça críticas a uma cultura e a uma sociedade. De maneira fluida, nos leva a questionar o quadro que entrega, sem maniqueísmos ou didatismos. Não trata nenhuma grandiosidade heroica, não fornece um contraponto de vilania, sendo sustentado de tal forma que a situação absurda parece gerada por um grande conjunto de erros e falta de bom senso que os mantém presos a uma realidade engessada, destoante da nossa vida moderna, sem deixar de dar razão e direito a sua protagonista ou apontar o quão distorcido, injusto e prejudicial é se opor a ela.



Tendo “Gett” como seu título original - termo que dá nome ao documento que efetua o divórcio entre um casal judeu - o longa vale a indicação, é muito bem construído, é atual e entretém.


TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=3pvG4slKi7E
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