
LANÇAMENTO: 29 de Agosto de 1968
DIRETOR: Sergei Parajanov
ROTEIRO: Sergei Parajanov
ELENCO PRINCIPAL: Melcon Alekyan; Sofiko Chiaureli; Vilen Galstyan; Giorgi Gegechkori...
SINOPSE: Biografia estilizada do poeta e trovador Sayat Nova do século 18. Descreve a vida do poeta em oito seções, da infância à morte, rica em seus simbolismos sacros e seculares.
AUTORA do TEXTO: Vanessa Paiva
O
filme é dirigido por Sergei Parajanov e tem como
referência a vida e obra de Sayat-Nova, um musicista e poeta
armênio do século XVIII. Um filme
completamente além do seu tempo, considerado por alguns como uma obra prima,
não é nada convencional, as poesias ganham vida e o poeta é quase um personagem
em sua própria história.

A Cor do Romã é um
poema em forma de filme, mas menos surrealista do que se espera, apesar do alto
viés estético e lírico adotado pelo diretor. Assim, as imagens não necessitam
claramente de dar um significado a película, afinal nem tudo precisa de sentido
para ser considerado sublime e belo.
O
diretor fez uma escolha feliz ao se deixar influenciar por sua herança
cultural, inclusive o faz igualmente bem quando foca na necessidade de garantir
similaridade à época em que o poeta estava inserido, consequentemente cada
detalhe, cada “frame” e simbologias traduzem
essa realidade armênia.

Essa
obra é regida pelo abstrato e não há lógica a cada ato. Nesse sentido, há
também poucas frases que são ditas, algumas se repetem para dar ênfase à cena, já
outras para dar continuidade as ações que se sucederam. Os cenários e cores são
os mais diversificados possíveis, mas todas contextualizadas pelos olhos do
poeta Sayat.
Os
atos se subdividem nas fases da vida do poeta Sayat, sendo que em
primeiro momento se fala sobre a infância e a influência da literatura em sua
vida, assim como a influência dos adultos que o rodeavam. No segundo momento
aparece um instrumento musical, que demonstra a importância da música. Logo em
sequência, aparecem a religião, o amor e a morte.
Enfim, o filme versa
sobre as fases da vida e tudo aquilo que nos rodeia, bem como sobre o que nos
faz ter raízes e uma história, que acaba por nos definir como somos. Além
disso, fala sobre a cultura e a grande obra de um influente poeta na vida de
tantas pessoas. Na minha visão é um filme muito necessário e que demanda grandes
doses de contemplação e imersão. Do contrário, a experiência poderá não ser tão
proveitosa quanto deveria.
Um filme essencial e para ver muitas vezes. Poético.Gostei das considerações, Vanessa
ResponderExcluirFilme pra ser sentido, nem precisa entender muito... é como observar uma grande obra de arte... observar cada detalhe, cada curva, cada tonalidade... se alguma coisa não ficar claro, não importa... o importante é se embriagar com o que Paradjanov oferece... belo comentário, Vanessa.
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