CRIP CAMP - REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO

By | maio 08, 2020 Leave a Comment

                       

LANÇAMENTO: 25 de Março de 2020
DIRETORES: James Lebrecht e Nicole Newnham
ROTEIRO: James Lebrecht e Nicole Newnham




No início da década de 1970, pós Woodstock, os adolescentes com deficiência enfrentavam um futuro moldado pelo isolamento, discriminação e institucionalização. O acampamento "Jened", um campo em ruínas para deficientes, foi uma utopia, um lugar com esportes de verão, sessões de fumo, maquiagens e campistas que se sentiam realizados como seres humanos.

AUTORA do TEXTO: Vanessa Paiva

Um acampamento criado por hippies durante os meados dos anos 70, enquanto Nixon estava no poder. Esse era o contexto histórico que se enquadra "Crip Camp", a história que conta como o Camp Janed foi além de uma experiência de acessibilidade e se transformou em um percussor de um movimento que visava garantias jurídicas reais, já que boa parte de americanos portadores de deficiência permaneciam invisíveis aos olhos do Estado e da sociedade.

Em primeiro momento são reveladas imagens do acampamento inclusivo, mostram-se os jovens se tratando com equidade. Em dado momento, por meio de entrevistas, vários participantes revelam suas necessidades, dificuldades, anseios e sonhos. Fica evidente que, como pessoas, não são tratadas dignamente. Os relatos incluem a superproteção, o desejo por individualidades e liberdades que não são respeitadas. Inclusive um deles revela que, apesar de tudo, tem privilégios, considerando o fato de que muitas pessoas eram direcionadas a Instituições superlotadas em situações precárias e degradantes de sobrevivência,


Feito isso, em segundo momento, outras imagens surgem e, devido a demandas urgentes, um movimento ativista reuniu os participantes do acampamento que passaram a buscar, por meio de protestos e ações, a concretização dos direitos civis nos EUA mediante a Lei de Reabilitação. Dessa maneira, foi levantada a bandeira da inclusão para dar voz às pessoas com deficiência que eram (e são) excluídas da sociedade.


Dirigido por Nicole Newnham e Jim LeBrecht, boa parte da narração é feita por ele e sobre sua perspectiva, mas há relatos de outros participantes do acampamento, expondo como essa luta que sucedeu o Camp Janed mudou a perspectiva de vida e acessibilidade de milhares de pessoas nos dias atuais. Bem executado, o tema não se perdeu em nenhum instante, sendo surpreendente como fica evidente o modo como eram tratados pelo mundo exterior.

Conduzido e ambientado em grande parte nos anos 70, mas também em momentos que nos trazem para os dias atuais com os personagens já envelhecidos. As cenas inicialmente foram gravadas em preto e branco e em câmeras de Super 8, nos remetendo a um ar caseiro e familiar. As cenas também são coloridas quando remetidas à atualidade. Tudo é simples porque o objetivo principal é focar nas pessoas, pois elas falaram e foram ouvidas, isso fica claro ao decorrer do documentário, o que é um grande contraste com o que era vivenciado por elas, surpreendendo o interlocutor.

Por fim é um documentário lúcido e honesto, que leva à reflexão sobre o cotidiano vivido por pessoas com deficiência, proporcionando o questionamento frente a essa realidade jurídica e socioeconômica tão segregada, uma vez que as pessoas com deficiência se sentem feridas pela falta de amparo legal do Estado, sendo vital o atendimento de suas demandas. É inspirador e muito real. Fica aí uma boa pedida pros dias que se sucedem, a boa notícia é: está no Netflix.

 REFERÊNCIAS



TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=XRrIs22plz0

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